Em greve, servidores do INSS não atendem população, em Piracicaba

14/07/2015 20:22

Atualizado em 16/07/2015 às 08:41

As pessoas que foram até a agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), nesta terça-feira (14), em Piracicaba (SP), procurar atendimento, não puderam ser atendidas. Os funcionários aderiram a greve que já ocorre em todo o país. A paralisação, segundo o Sinsprev/SP (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo),  é por tempo indeterminado.

A reportagem da Matéria Emplacada esteva na unidade, por volta das 11h15 desta terça, onde sindicalistas do Sinsprev distribuíam ‘Carta Aberta à População’ sobre a greve e orientando a população a procurar agências de outras cidades. De acordo com o diretor regional do Sindicato, Eduardo Rubio,  a unidade do INSS na cidade está atendendo  com cinco servidores administrativos e oito pertios atendendo todos os agendamentos da perícia médica.

Na carta, o Sindicato critica a presidente Dilma Rousseff (SP). “A situação do nosso país não está nada fácil para nós trabalhadores. O governo Dilma está promovendo ataques aos trabalhadores que retiram direitos e aumentam o custo de vida”.

Entre as reinvindicações citadas pelo Sinsprev, estão reajuste salarial, incorporação das gratificações, paridade salarial entre ativos e aposentados, concursos públicos para reposição do quadro de servidores e condições de trabalho para atendimento à população. "A greve foi deflagrada devido ao rompimento do contrato por parte do empregador, quando nos deixaram sem nenhuma reposição salarial desde 2007, e em péssimas condições de trabalho", explicou Rubio.

População não foi atendida

As auxiliares de produção, Maria José Emídio, 47 e a amiga, que preferiu não se identificar, procuraram atendimento na agência para retirada do extrato do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais). “E agora o que vamos fazer? Começaremos a trabalhar na sexta-feira (17). Não sabíamos da greve. É duro. Ninguém merece”, disseram.

Roseli de Oliveira Viola, 71, também não foi atendida e ficou indignada. Ela iria conversar com uma assistente social sobre um benefício que receberia a dois meses. “Estou desde dezembro com as contas atrasadas”, afirmou Roseli, que atualmente não está trabalhando.

Outro usuário da unidade que foi embora sem receber o atendimento foi o professor, que se identificou apenas como Roberto, 24.  “Precisava pegar um papel para levar ao banco. (Sem o papel) não consigo ter a minha aposentadoria”. Questionado sobre o que pretenderia fazer, respondeu: “vou embora. Não dá para fazer nada”.

Marcelo Silva, 37, que é cadeirante e aposentado por invalidez também foi ao INSS: não conseguiu atendimento.

INSS

Sobre a paralisação dos seus servidores, o INSS informou em comunicado, no final da tarde desta terça, que os segurados que possuam agendamento para atendimento em uma agência da unidade e que não sejam atendidos em razão da greve “terão sua data de atendimento remarcada”. Conforme o comunicado, a população poderá confirmar a nova data ligando para a Central 135 no dia seguinte à data originalmente marcada para o atendimento.

“O INSS considerará a data originalmente agendada como a data de entrada do requerimento, para se evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados. O Ministério da Previdência Social e o INSS têm baseado sua relação com os servidores no respeito, no diálogo e na compreensão da importância do papel da categoria no reconhecimento dos direitos da clientela previdenciária e, por isso, mantém as portas abertas às suas entidades representativas para a construção de uma solução que contemple os interesses de todos”, cita o texto.

A Matéria Emplacada enviou e-mail ao diretor regional do Sinsprev, Eduardo Rubio, mas até a publicação desse texto não teve retorno.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME

Foto: Reinaldo Diniz/ME