Jacaré em rotatória não pode ser retirado pela prefeitura

04/01/2016 20:43

Um jacaré escolheu um lago em uma rotatória, na avenida Prof. Alberto Vollet Sachs, no bairro Nova América, em Piracicaba (SP), como seu novo habitat. O animal constantemente recebe visitas de moradores e turistas que aproveitam para fotografá-lo, já que ele ficou conhecido na cidade e se tornou atração.

Até motoristas que passam pela rotatória aproveitavam para gritar “cuidado com o jacaré”, “o jacaré vai te pegar”, mas os curiosos não se intimidam e tentam chegar o mais próximo possível do réptil. A reportagem da ME foi até o local neste final de semana e ouviu diversos moradores sugerindo que a prefeitura colocasse cercas para impedir que o animal atravesse a rua ou ataque outras pessoas. A prefeitura disse que não tem responsabilidade sobre animais silvestres.

Moradores de São José do Rio Preto (SP), o estudante Guilherme Henrique Dias Ramos, 12, e a avô, a pedagoga Tereza Cristina Amaral Ramos, 53, vieram para a cidade para visitar a família, e souberam do animal. “Eu nunca tinha visto um jacaré bem de pertinho. Mas achei muito estranho um jacaré no meio da rotatória, sem nenhum cercado, nem nada. O que a prefeitura está esperando? Ele morder alguém? Eu acho que devem tomar uma atitude”, alegou o estudante, que clicou o animal e postou as fotos nas redes sociais para mostrar aos amigos.

Em nota enviada para a Matéria Emplacada, a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) disse que a retirada do jacaré deverá ser coordenada pela Polícia Militar Ambiental e que apoiará a ação. “A Sedema disponibilizará a equipe do Zoológico Municipal para a logística de captura e realocação do jacaré para o local e data determinados pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente”, disse a nota.

Procurado, o governo estadual disse que ainda não há data nem local para transferência. “Consultando um mapa da área, está sendo cogitada a possibilidade de se encaminhar o animal para um ponto a jusante do local, no rio Piracicaba, nas proximidades da Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz)”, disse. Para isso, segundo a secretaria estadual, os policiais deverão conversar com professores e pesquisadores da instituição para confirmar a existência da espécie na região e obter, assim, a anuência para a liberação do jacaré na área.

A reportagem questionou a Policia Militar Ambiental sobre a remoção, mas não recebeu retorno.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME

Foto: Reinaldo Diniz/ME