Jacaré em rotatória não pode ser retirado pela prefeitura
Um jacaré escolheu um lago em uma rotatória, na avenida Prof. Alberto Vollet Sachs, no bairro Nova América, em Piracicaba (SP), como seu novo habitat. O animal constantemente recebe visitas de moradores e turistas que aproveitam para fotografá-lo, já que ele ficou conhecido na cidade e se tornou atração.
Até motoristas que passam pela rotatória aproveitavam para gritar “cuidado com o jacaré”, “o jacaré vai te pegar”, mas os curiosos não se intimidam e tentam chegar o mais próximo possível do réptil. A reportagem da ME foi até o local neste final de semana e ouviu diversos moradores sugerindo que a prefeitura colocasse cercas para impedir que o animal atravesse a rua ou ataque outras pessoas. A prefeitura disse que não tem responsabilidade sobre animais silvestres.
Moradores de São José do Rio Preto (SP), o estudante Guilherme Henrique Dias Ramos, 12, e a avô, a pedagoga Tereza Cristina Amaral Ramos, 53, vieram para a cidade para visitar a família, e souberam do animal. “Eu nunca tinha visto um jacaré bem de pertinho. Mas achei muito estranho um jacaré no meio da rotatória, sem nenhum cercado, nem nada. O que a prefeitura está esperando? Ele morder alguém? Eu acho que devem tomar uma atitude”, alegou o estudante, que clicou o animal e postou as fotos nas redes sociais para mostrar aos amigos.
Em nota enviada para a Matéria Emplacada, a Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente) disse que a retirada do jacaré deverá ser coordenada pela Polícia Militar Ambiental e que apoiará a ação. “A Sedema disponibilizará a equipe do Zoológico Municipal para a logística de captura e realocação do jacaré para o local e data determinados pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente”, disse a nota.
Procurado, o governo estadual disse que ainda não há data nem local para transferência. “Consultando um mapa da área, está sendo cogitada a possibilidade de se encaminhar o animal para um ponto a jusante do local, no rio Piracicaba, nas proximidades da Esalq (Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz)”, disse. Para isso, segundo a secretaria estadual, os policiais deverão conversar com professores e pesquisadores da instituição para confirmar a existência da espécie na região e obter, assim, a anuência para a liberação do jacaré na área.
A reportagem questionou a Policia Militar Ambiental sobre a remoção, mas não recebeu retorno.
Reportagem: Reinaldo Diniz/ME
Foto: Reinaldo Diniz/ME