Karatê: cultura oriental traz benefícios sociais e bem-estar

O Karatê não é apenas um hobby ou esporte. Surgido no século 17 no sudoeste da Ásia, essa cultura oriental têm como metas o respeito, confiança, humildade e responsabilidade social. “O praticante do Karatê será levado para o controle do seu egocentrismo, através da evidência da responsabilidade com os demais seres humanos, contendo sua agressividade física e emocional, sendo um indivíduo que tenha respeito com todos”, afirma o professor de uma academia de Artes Marciais em Piracicaba (SP), Vlamir Marques da Silva.

Silva ressalta também que o Karatê traz diversos benefícios à saúde. “Através do treinamento conseguimos desenvolver e fortalecer os músculos, articulações e tendões, assim como o fortalecimento do sistema cardiovascular”.

Caso do mecânico de manutenção João Goya, 55, praticante do esporte há 36 anos. “Dei uma parada por um tempo, e neste período realizei várias cirurgias. Desde que voltei as aulas, não sinto dores”, comenta Goya.

A prática dessa arte também combateu na timidez do almoxarife Bruno Baldo, 19. Praticante há 6 anos, por incentivo de amigos, os irmãos Márcia Toshie e Lucas Sadaiche, ambos descendentes de japoneses e atuantes do Karatê há sete.

“Gostei muito do Karatê. Como era bastante tímido, me ajudou a melhorar a autoestima”, afirma Baldo. “Ele se desenvolveu bastante em relação à timidez”, diz o professor Silva.

“A arte marcial me ajudou muito, no passado eu era agitado, quando entrei (no Karatê) mudei muito. Me traz calmaria”, relata o autônomo Wladimir Vaz dos Santos, 59, que viaja 30 quilômetros de Limeira (SP), cidade em que reside, até Piracicaba apenas para participar dos treinos

A “calmaria” citada pelo autônomo é apontada pelo técnico da Seleção Brasileira de Karatê, Ricardo Aguiar. “O equilíbrio de atitudes em situações corriqueiras dentro do tatame faz com que as pessoas consigam aliviar situações de estresse, angústia e desconforto em forma de golpes, gritos”, disse Aguiar por meio de sua assessoria.

“É um esporte muito focado, a arte marcial de origem japonesa tem isso na própria cultura. Esse foco no sentido de desenvolvimento, raciocínio e concentração acaba indo para fora do tatame”, explica o técnico. “Isso é um fator determinante”, complementa.