Conteúdos ‘virais’ podem prejudicar ou ajudar

03/07/2015 16:32

Com o grande número de usuários nas Redes Sociais, além de ser um local para conhecer novas pessoas e expressar opiniões, deve ter um cuidado maior do que é publicado. Marcas e usuários devem estar atentos ao conteúdo divulgado em seu nome, conforme explica especialista consultada pela Matéria Emplacada.

De acordo com Carla Falcão, especialista em Redes Sociais e palestrante sobre Marketing Digital, uma vez que algum texto, imagem, foto ou vídeo forem indexados em algum site de buscas, “dificilmente é possível descobrir todos os lugares e computadores que tiveram acesso e que conseguiram salvar o conteúdo em outras máquinas”.

Segunda ela, não existe controle do que é publicado no mundo virtual. “É impossível saber quantos e quais usuários podem ter salvado ou tirado prints das telas dos mesmos, podendo assim republicar o referido conteúdo”, alertou Carla.

Caso o conteúdo seja republicado várias vezes, surge um termo muito utilizado na internet: viral. Segundo a especialista, a palavra é utilizada para designar os conteúdos que acabam sendo divulgados por muitas pessoas e ganham repercussão na web. “O termo é relacionado a palavra vírus, de computador ou doença, já que as pessoas chegam a compartilhar quase que inconscientemente”, disse.

“Independentemente de qual tipo de conteúdo estivermos falando, o fundamental para que o efeito comece é que algum conteúdo seja criado com base em algo fato, produto ou acontecimento, que gere identificação em que estiver lendo. Ou seja, é preciso ‘tocar’ o usuário que estiver do outro lado do computador e despertar nele a vontade de multiplicar esse conteúdo”, afirmou a palestrante.

Um exemplo em que um conteúdo teve “efeito viral”, foi a imagem do Policial Militar Lauro Miller, alimentando um cachorro que, segundo ele, aparentava estar cansado e com fome. O caso ocorreu no dia 18 de junho em Penápolis (SP). Miller e um colega de trabalho patrulhavam um dos bairros da cidade quando viram o animal debaixo de uma árvore. “Imaginei estar com fome. Então porque não alimentar? De imediato, ao passar na frente da casa de rações, decidi comprar o alimento. Dois reais a mais ou a menos, não faria diferença na minha vida. Essa atitude deveria ser normal, me senti bem, por fazer o bem a quem precisou. Não imaginava tal repercussão, foi uma surpresa, e boa.”, afirmou o policial ao ME.

Mesmo com uma ação positiva, o profissional recebeu críticas negativas sobre a atitude. “Não me abalaram, foram estrondosamente mais críticas positivas, não me deixei levar. É mal de quem não faz nada, pessimistas. O que seria do positivo, se não fosse o negativo?”, afirmou Miller.

Limites

De acordo com Carla Falcão, “as pessoas descobriram que podem ser vistas e ouvidas, e realmente algumas perdem a noção dos limites e riscos”. Ela lembra que atualmente todos os processos seletivos e recrutadores de uma empresa avaliam os perfis de futuros candidatos a qualquer nível hierárquico. “Por isso quem estiver ingressando agora no mercado deve estar atento, pois seu passado não poderá ser simplesmente ‘apagado’ e suas postagens em qualquer site ou rede social podem pesar a favor ou contra qualquer contratação”, ressalta.

Imagem “suja”

Sua publicação não foi bem vista pela sociedade? A especialista dá dicas de como reverter a situação:

- Criação de uma resposta ao ocorrido, no caso das crises de marcas, etc;

- Tentar encontrar a origem da publicação bem como, os canais, e ver se é possível tirar do ar;

- Publicar uma quantidade maior de conteúdos pela internet em nome da pessoa, para que possa tirar o assunto dos primeiros resultados de sites de buscas. Segundo ela, é um processo lento e muito caro;

- Aguardar que o próximo viral aconteça e que as pessoas não toquem mais no assunto;

Mesmo com essas possibilidades, Carla alerta: “Reverter um caso é geralmente muito complexo e difícil. Nesse caso é melhor prevenir de fato, do que remediar”.

 

Reportagem: Reinaldo Diniz/ME

Foto:Reprodução/Facebook